Salário, bônus e aposentadorias: é hora de retomar a luta da categoria

Estamos há 10 dias das eleições do Sindireceita.

Ao longo de 5 semanas de campanha, colocamos em debate temas fundamentais que compilamos do exercício de ouvir os Analistas durante meses. Em assembleias, conversas pessoais e grupos, ouvimos.

E então falamos. Tratamos de transparência, gastos excessivos, autoritarismo, centralização, rupturas institucionais, truculência e perdas.

Esse é o passado que vamos mudar.

Agora, nesses últimos 10 dias de campanha, queremos falar do futuro, de projetos, estratégias e sonhos. Sim, o futuro deve ser projetado, planejado, viabilizado, mas também sonhado.

Começando com os pés no chão, vamos falar de algo bem concreto: salário, bônus de eficiência, aposentadorias e espaço do Analista na Receita Federal.

Uma breve recapitulação da nossa história, mostra que nossos maiores avanços remuneratórios foram conquistados pela redução da distância salarial entre os cargos da carreira. Saímos de 30% de relação remuneratória até os anos 2.000, para os 60% atuais. E então, essa pauta fundamental foi abandonada pelas últimas direções.

Sob pretexto de “criar pontes” com o outro cargo e a administração da Receita, a relação remuneratória virou tabu. Essas diretorias convenceram os Analistas Tributários que devemos aceitar a subordinação salarial.

Chegamos ao ponto de estudos feitos por membros da própria diretoria, mostrando a injustiça da limitação e a viabilidade do avanço, serem engavetados pelo atual presidente e vice-presidente.

Thales Freitas, da chapa Nossa Identidade, e Geraldo Seixas, da chapa Experiência em Ação, foram contrários à luta pelo fim da subordinação salarial, rejeitaram e afastaram a pauta da relação remuneratória.

Não bastasse isso, o bônus de eficiência não apenas segue a mesma regra dos 60%, como, a partir da NT CORAT 02/2025, passou a ter subteto. Ou seja, se o valor do outro cargo da carreira ultrapassar o teto, os Analistas Tributários receberão 60% do valor efetivamente recebido por eles, ao invés de 60% do valor calculado.

Alguém lembra da RAV devida x RAV paga? Vivemos aquela sensação de já ter visto o mesmo filme…

E quais iniciativas a direção atual, agora dividida em duas chapas, tomou para reverter esse absurdo déjà vu? Nenhuma. 

 

Aposentadorias: o direito de escolha e o princípio da solidariedade

Nessa reta final da campanha, também queremos aprofundar o tema das aposentadorias. Assim mesmo, no plural. Pois convivemos com ao menos três formas diferentes de provento: paridade e integralidade, média das maiores contribuições e regime geral.

A premissa aqui deve ser: cada Analista Tributário deve ter sua opção sobre a forma de aposentadoria defendida. Sem esquecer do princípio da solidariedade geracional que rege nosso sistema de previdência.

 

A solidariedade é princípio fundador da civilização.

A paridade, quebrada na prática com a criação do bônus de eficiência, deve ser defendida de forma intransigente. Cerca de metade da categoria prestou concurso público com esse direito e contribuíu por anos para preservá-lo. Exigir reversão ou reparação dessa quebra de contrato deve estar permanentemente na pauta e na mesa de negociação.

Da mesma forma, aqueles que se beneficiam do cálculo pela média das contribuições pagas e querem optar por essa modalidade de aposentadoria, devem ter seu direito garantido junto ao TCU, que tem revertido as opções pela média no momento da homologação.

Por fim, àqueles que desejam migrar para o regime geral, optando ou não pelo Funpresp, devem ter seu direito de escolha garantido. A pauta da reabertura do prazo de opção será retomada.

 

O sonho que nos move

Escolhemos ser servidores públicos e Analistas Tributários, por diferentes razões, todas legítimas. Para muitos, trabalhar em uma instituição de excelência, referência mundial em inovação, com dignidade e segurança, está entre essas razões. Para outros ainda, a perspectiva da justiça social impulsionada por um Estado justo na tributação dos seus cidadãos, foi o fator decisivo. O pragmatismo da carreira bem remunerada e o sonho de uma sociedade mais justa, portanto, permeiam nossas vidas de diferentes formas. 

Essas duas dimensões da vida profissional, indissociáveis, queremos e faremos presentes. Por isso, não esqueceremos nossa história e valores ao planejar o futuro. 

Nós, da Reconstrução com Unidade, nos dispomos a representar e lutar, ao lado de cada Analista Tributário, por essas pautas, direitos e… por um novo sonho.


Quer entender mais sobre salário, bônus e aposentadorias?


Assista à gravação da nossa Reunião Aberta de hoje, 25/09, que tratou desse tema central para o futuro da categoria:

Respostas de 4

  1. É fundamental poder acreditar que vamos fazer um futuro diferente e erigido a muitas mãos!
    Nós temos a responsabilidade de sermos quentes dessa transformação!
    Vamos em frente concretizar os nossos sonhos!

    1. E importante ter este propósito de melhoria para o Analista Tributario principalmente para os que se aposentaram pela paridade e integralidade mas que na realidade nao recebem mais desta forma.
      Olhar também para a reforma administrativa que acontece no momento no congresso com consequências para o funcionário público.
      Sobre as ações judiciais mais atenção e transparência aos associados ao sindicado.
      Em relação a gestão do sindicato que seja principalmente ética .

  2. Quero agradecer a disponibilidade dos membros desta chapa de se colocarem a serviço dos Analistas. O encontro de ontem, disponibilizado a quem não pode participar naquele momento foi esclarecedor. A exposição de Geraldo e Godinho, mostra a necessidade urgente da interação de nosso sindicato com outras entidades na luta pelo reconhecimento e valorização dos Servidores Públicos. Obrigada

  3. Entrei TTN em 1993, virei Analista Tributário pela vida, viajei de ônibus, bate volta, São Paulo/Brasília/São Paulo, seja para brigar com o FHC pela RAV 8 vezes, seja para lutar contra a primeira reforma da Previdência do governo Lula, aprovada na madrugada por uma Câmara subserviente. Estive em Belo Horizonte na primeira metade dos anos noventa, em encontro que selou a ruptura da antiga Unasten e força do novo Sindtten. Passou o tempo e veio o Subsídio, uma conquista de toda a categoria com justiça salarial para todos os aposentados. Para chegar ao Subsídio lutamos muito pela melhora de nossa relação remuneratória, corremos riscos com prolongadas greves, seja em Santos, seja em Jundiaí. Vi, triste, a traição de nossos representantes sindicais trocando o Subsídio pelo Bônus de eficiência. Essa cambada de filhos de uma puta esqueceram-se que irão se aposentar um dia. São tão ruins de serviço, que não observaram que o último acordo salarial assinado com o governo traz diferenças entre o pactuado com auditores e analistas. Consta reajuste no Bônus de Eficiência para os auditores em fevereiro de 2026. No acordo com os analistas tal reajuste não consta. Este velho Analista Tributário nunca gostou de pelego. Voto na oposição e parabenizo Mari Lúcia Zonta, velha companheira de batalha!

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